Crônicas - Amado

Viver uma verdadeira experiência amorosa é um dos maiores prazeres da vida e mais difíceis de conviver, se por ventura a magia desse amor acabar. Uma coisa que peno em dizer e com certeza, muitos discordarão de mim: Nós amamos apenas uma vez na vida.

A maioria de nós dá muito valor ao amor, mas existem aqueles que o encaram apenas como uma projeção, um sentimento passageiro que não perdura e que logo, saberás que a pessoa tida como perfeita ou o amor da sua vida não é bem tão perfeita assim. Mas ate que ponto podemos ser realistas e sonhadores quando se fala de amor?

Nós criamos o amor em nós e somos nós que acabamos com ele. Não importa o que a pessoa faça, não vai ser outro que tira esse sentimento, mas você mesmo. Fragmentamos o amor às nossas necessidades e o tempo faz o resto: termina-o. Levamos uma vida tentando fazer com que os demais se sintam responsabilizados com o que acontece em nossa vida, mas com isso, vamo-nos deixando pra trás, jogando nossa vida ao vento. Conseqüentemente, mais um sentimento vem à tona: o próprio desprezo.

Mas todos sabemos o que leva ao erro de um “mau-amor”... A falta de amor próprio. Devemos nos amar primeiro pra depois amar outros. Sem amor a si mesmo, o espaço vazio em você se torna maior e é inevitável o isolamento por conta disso. Depois de caminhar para o sucesso da paixão, o encanto do amor e o vazio do termino, o que na maioria das vezes o que fica é a desilusão, vem outro sentimento (agonia em muitas vezes): achar alguém que preencha o espaço que esta faltando. Como diz o ditado: para curar dor de amor, só outro.

Caminhamos para mais uma etapa de uma grande cruzada cotidiana: encontrar outra paixão para chamar de amor e se enganar, achando que o espaço vazio possa ser preenchido. Um raio não cai duas vezes no mesmo lugar... Apenas que procuremos ser atingidos novamente, mas dificilmente, o que aconteceu uma vez não se repete e com o passar do tempo, com os “amores” que vem e vão, nos tornamos vazios por completo. A partir de agora, deixamos de ver o lado realista da vida e passamos a sonhar, que nesse nosso momento de exílio, esperamos alguém que mude por completo nossa vida. O que nos leva a mais um ditado: não custa nada sonhar.

Chega um dia em que necessitamos amar. Mas de começo, não buscamos, mas o amor vem chegando de fininho e se instala em nós; quando vemos, estamos tomados. Mas em toda essa analise que fiz, volta-me o que eu tinha dito no começo e, mesmo sendo muito novo para dizer, acredito: Nós amamos apenas uma vez na vida. Todas as outras vezes que “amamos” outrem, apenas tentamos tocar a vida; afinal de contas, todos nós buscamos ter uma vida mais simples; todos estamos em busca da felicidade. Uma mania é achar que nossa felicidade esta em outra pessoa, mas se pararmos pra pensar: é inevitável não querer buscar felicidade nos outros; o grande erro: entregar sua vida em troca disso.


A exigência de ser amado é a maior das pretensões.